Percepção do uso de medicação psiquiátrica na perspectiva do usuário e do familiar na atenção básica em Olinda
Palabras clave:
psiquiatria, família, medicaçõesResumen
Um dos principais desafios no âmbito da saúde básica no Brasil consiste no tratamento de transtornos mentais. Assim sendo, torna-se essencial o entendimento das medicações psiquiátricas e sua relação com os usuários. Esse estudo objetiva compreender a percepção do uso da medicação psiquiátrica na perspectiva do usuário e do familiar na Atenção Básica em Olinda, Pernambuco. Os procedimentos metodológicos estão pautados em um estudo qualitativo, exploratório e analítico realizado com 10 usuários de medicações psiquiátricas e 6 familiares, usuários da Unidades Básica de Saúde de Cohab-Peixinhos, por meio de entrevistas semiestruturadas com 22 perguntas sendo 11 direcionadas ao paciente e 11 direcionadas aos familiares e, posteriormente, transcritas e submetidas à análise. Dentre os sintomas responsáveis pelo uso das medicações, os principais relatados pelos usuários, foram: insônia, falta de paciência e desânimo. Já os familiares, ao serem questionados, referiram que os seus familiares passaram a aderir as medicações por agressividade, impulsividade e pouco convívio social. Queixam-se ainda, da dificuldade dos familiares em aceitarem um plano terapêutico ao serem sugeridas medicações psiquiátricas ou mesmo psicoterapia. Através dos relatos, torna-se inquestionável o sofrimento vivenciado tanto pelos pacientes quanto por seus familiares, que muitas vezes, persistem enfrentando dificuldades em diversos aspectos socioculturais e psicológicos, com impactos na rotina dessas famílias. Diante disso, torna-se clara a importância de uma articulação adequada entre Atenção Básica e Saúde Mental, ainda um dos grandes desafios da atualidade. O médico de família e comunidade deve ser um clínico qualificado, a fim de adentrar na comunidade, redes culturais locais, coordenando cuidados de forma longitudinal e sendo capaz de reconhecer, precocemente, os principais distúrbios psiquiátricos e promover um plano terapêutico singular a cada indivíduo, entendendo suas limitações individuais e ambições.