Interseccionalidade em saúde: impactos do preconceito nos índices de diagnóstico de HIV no ano de 2022
Keywords:
Interseccionalidade, HIV, Saúde públicaAbstract
Introdução: O vírus da imunodeficiência humana popularmente conhecido por HIV, é o vírus responsável pela deterioração do sistema imunológico do seu portador, que pode ser transmitido por sêmen, lubrificação vaginal, sangue e leite materno, sendo as relações sexuais desprotegidas e o compartilhamento de fluido sanguíneo por seringa as formas de transmissão mais frequentes no Brasil e no mundo. Objetivo: Analisar os dados de transmissão do HIV no Brasil por meio do viés sociológico, com ênfase na análise da interseccionalidade. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa transversal de abordagem quantitativa, realizada por meio da coleta de dados de diagnósticos de HIV no Brasil no ano de 2022. A coleta de dados foi realizada por meio dos dados públicos obtidos no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Resultados: No ano de 2022, os números de infecções em pessoas pardas e negras totalizaram 3687, enquanto apenas 1971 correspondiam a pessoas brancas. Esses valores refletem a relação de cuidado e disseminação de informação superior em pessoas brancas, de forma que em relação a distribuição por categoria de exposição no ano de 2022, segundo o DATASUS, homossexuais correspondem a 1533 pessoas diagnosticadas nesse ano, enquanto 1493 são heterossexuais. Conclusão: Analisando dados econômicos, escolaridade, orientação sexual, gênero e raça, fica claro uma visão interseccional entre raça, classe, gênero e sexualidade. Partindo da teoria da interseccionalidade, onde os preconceitos se somam e se articulam, a interseccionalidade não apenas causa dor e sofrimento pessoal, mas freia políticas públicas, aumenta o estigma e se relaciona com a necropolítica de eliminação de corpos negros e de classes sociais mais baixas. É possível compreender que o público acometido são pessoas negras, e que ainda temos valores maiores na população LGBTQIA+, o que demonstra que as políticas públicas e acesso à saúde ainda estão sendo deficitários para as populações estudadas.