A indução do modelo norte-americano multicampus na expansão da Educação Superior pública recente: Diferenciação e isomorfismo institucional

Abstract

O presente artigo tem como objetivo compreender o fenômeno multicampus e o modelo universitário da expansão recente de Instituições de Ensino Superior (IES) públicas no Brasil. Um breve histórico da Educação Superior brasileira aponta para um fenômeno cíclico de reforma e reestruturação pela criação e incorporação de estabelecimentos isolados que dão lugar a criação de novas IES públicas, em especial, as Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) que se tornaram multicampus a partir de 2000. A adaptação do modelo universitário norte-americano multicampus está relacionado com as políticas públicas de expansão e interiorização de IES públicas no Brasil por meio do acesso para um público historicamente excluído ao mesmo tempo que a pauta do desenvolvimento de regiões periféricas como o interior é enfatizada. Como discussão, o presente artigo problematiza o uso de indicadores educacionais como o número de IES, matrículas e cursos superiores de graduação com relação às categorias administrativas (federal, estadual, municipal e privada). Como resultado, propõe-se a utilização de novas variáveis como campus, IES privadas for e non-profit, oferta de cursos de pós-graduação (lato e stricto sensu), localização geográfica e porte institucional. Propõe-se ao final um enquadramento nesses critérios baseado nos modelos clássicos humboldtiano, napoleônico e norte-americano para as IES brasileiras que se relacionam com um fenômeno delineado de diferenciação institucional cristalizada a partir do arrefecimento de forças isomórficas da expansão federal e da concorrência entre IES privadas muitas financiadas com recursos públicos.

DOI:http://doi.org/10.56238/IEducationCongress-012